Bruno Soares, renomado nome do tênis brasileiro, com seis títulos de Grand Slam nas duplas e mais de 30 conquistas na bagagem, concedeu uma entrevista exclusiva ao SportBuzz. Durante o bate-papo, o atleta abordou diversos temas, como sua trajetória no esporte, a situação atual do tênis no Brasil, bem como a ascensão promissora de João Fonseca, projetando ainda o futuro da modalidade por aqui.
Com três títulos de Grand Slam em duplas e outros três em duplas mistas, destacando-se com dois troféus no Australian Open e quatro no US Open, Bruno Soares é reconhecido como um dos grandes do esporte. Atualmente, aos 43 anos, ele enxerga em Bia Haddad e João Fonseca potenciais talentos capazes de elevar o tênis brasileiro ao topo. Para conferir a entrevista completa, acesse o canal do SportBuzz no YouTube ou leia a matéria na íntegra!
No decorrer da conversa, Bruno pontuou a relevância do trabalho desenvolvido pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e como a estrutura implementada foi fundamental para o surgimento de nomes como Bia Haddad e João Fonseca: "Atualmente, contamos com uma estrutura notavelmente mais organizada. Todo o processo tem início com a confederação, e as ações realizadas abriram diversas oportunidades para os atletas, desde suporte em patrocínios até investimentos e realização de eventos."
Além disso, Bruno Soares salientou os desafios que a CBT enfrentará nos próximos anos: "Estamos vivenciando uma etapa de transição na Confederação, e o desafio consiste em dar continuidade a esse processo de evolução, assegurando que o tênis brasileiro esteja preparado para os novos horizontes que se apresentarão. No passado, tivemos uma experiência semelhante durante a era do Guga, porém, não fomos capazes de aproveitar plenamente. Agora, estamos mais bem estruturados para lidar com essa nova fase do tênis e explorar todas as oportunidades que ela oferece."
Quando abordado sobre a maneira como o público deve encarar a ascensão meteórica de João Fonseca, Bruno Soares foi incisivo: "É natural que os torcedores anseiem por vê-lo alcançar o topo rapidamente, e essa expectativa compreensível. Todavia, é crucial agir com parcimônia ao conduzir a narrativa nos momentos em que os resultados não vêm. Por exemplo, recentemente, ele gerou grande expectativa no Rio Open, mas foi eliminado na primeira rodada. Isso faz parte do processo, é perfeitamente normal."
"Da mídia, espero equilíbrio. Não há benefício em exaltar hoje para depois criticar, e posteriormente voltar a elogiar. Devemos lembrar que ele tem apenas 18 anos. Mesmo exibindo um desempenho excepcional, ainda está em fase de crescimento. Sendo assim, é fundamental respeitar esse processo e permitir que ele e sua equipe desempenhem suas funções, pois estão trabalhando arduamente para alcançar seu objetivo, o qual, sem dúvidas, inclui ser o número 1 do mundo e conquistar Grand Slams. Neste momento, a melhor atitude que podemos adotar é apoiar, porém, com paciência."
Ao ser questionado sobre a comparação entre Guga Kuerten e João Fonseca, Bruno Soares revelou sua aversão a essa prática, embora tenha destacado pontos em comum entre os dois: "Comparar é complexo, e, particularmente, não aprecio tal abordagem, entretanto, podemos ressaltar que tanto Guga quanto João possuem uma personalidade marcante dentro de quadra. São competidores que entram em busca da vitória, não esperam as coisas acontecerem."
"Na época do Guga, era admirável observar sua forma de jogar, sempre agressivo, golpeando com força, especialmente aquele backhand paralelo, pressionando o adversário constantemente. Na primeira final de Roland Garros que disputou, muitos duvidavam se resistiria à pressão. No entanto, ele entrou em quadra e dominou, jogando como um verdadeiro campeão."
"João apresenta muitas semelhanças nesse aspecto. Na final de Buenos Aires, muitos imaginaram que a pressão o afetaria, porém, ele ingressou na quadra com uma postura incrivelmente confiante, extremamente agressivo e jogando para vencer. Ele confia plenamente em sua atitude, na forma como demonstra intensidade e impõe sua presença em quadra. Essa mentalidade competitiva é um traço comum entre os dois."
